Estas eleições correram mal ao PS.
Apesar de os responsáveis do PSD reclamarem vitória e se afirmarem como alternativa clara a este governo, parece-me que o vencedor não foi o PSD.
Quem foi o vencedor destas eleições foi o “protesto”; foi a esquerda (o BE conseguiu capitalizar o voto descontente e a CDU também…) e, em maior escala, a abstenção (5.905.794 não foram votar !!), os votos nulos (70.823 !!) e brancos (163.936 !!).
O PS tem de retirar lições deste resultado. O povo afirmou claramente que há um conjunto de questões que devem e têm de ser corrigidas.
O povo também disse que não confia nas “alternativas” que agora se apresentaram. Ao contrário de 2004 (o PS obteve 44,52% dos votos, o PSD/CDS 33,26%, a CDU 9,1% e o BE 4,92%), o PS conseguiu capitalizar o descontentamento de então (sem margem para dúvidas). Agora, em 2009, o PSD não conseguiu esse objetivo (os seus níveis de votação continuam idênticos e, como disse Louçã, no mesmo nível da derrota histórica do PSD de Santana Lopes).
A abstenção, os votos nulos e brancos baralham as conclusões. Nos próximos tempos leremos todo o tipo de análise e opiniões… no entanto, apesar de todas essas análises (que vão ser para todos os gostos e interesses), o único que tem (e terá) razão é o eleitorado, o povo.
Saibam os políticos ler estes resultados e afinar estratégias, porque o povo saberá fazê-lo em outubro.
Hoje, mais do que nunca, Portugal precisa de soluções governativas estáveis e credíveis. Os políticos devem ser mais construtivos e apresentar as suas propostas para a governação do país.
Acabou a lógica do protesto. Precisamos de soluções e caminhos para sair da crise.
Em plena crise internacional, será que o país aguenta estar em campanha eleitoral permanente até outubro?